sexta-feira, 29 de julho de 2011

O ÓRGÃO


Consoante o princípio em que se ba­seiam, os instrumentos de tecla podem dividir-se em dois grupos: o do órgão e o dos instrumentos cujo som é produzi­do por cordas vibráteis percutidas (cla­vicórdio, piano) ou pulsadas (cravo).
O órgão é o mais antigo dos instru­mentos de tecla. A palavra “órgão” deriva do grego organon, que significa máquina, utensílio ou instrumento. Os primeiros órgãos chamaram-se organa hydraulica (máquinas hidráulicas) ou simplesmente, hydra ou hydraulis. Só a partir do século IV se lhes deu o nome de organum.
O primeiro tipo de órgão conhecido, o hydraulis, derivava de um modesto ins­trumento pastoril, a syrinx polycalama ou flauta de Pá. Era formado por uma série de canas — de 5 a 13 — de com­primentos diferentes e dispostas por or­dem decrescente. Conforme o compri­mento das canas que compunham o instrumento, assim se obtinham sons de diferente altura.
Associando a uma série de tubos decrescentes um mecanismo por ele inventado, Ctesíbio de Alexandria criou o hydraulis cerca de 246 a. C. Ctesíbio era um engenheiro especializado na fabricação de aparelhos mecânicos, pelo que não devemos estranhar que, de iní­cio, o seu invento tenha suscitado um interesse mais mecânico do que musi­cal. Existem dois testemunhos escritos que se referem ao hydraulis. Um é de Héron de Alexandria (século I), que des­creve um instrumento arcaico bastante simples. O outro é de Vitrúvio, e mos­tra-nos um instrumento mais evoluído, com várias filas de tubos que podiam ser utilizados simultaneamente ou em grupos separados (registros). O hydrau­lis funcionava por meio de um teclado formado por tiras de madeira acionadas como escoras, que permitiam ou impe­diam a entrada do ar nos tubos. O ar, armazenado num depósito, mantinha a pressão graças a um certo volume de água. O instrumento era constituído por três partes principais: uma base, que continha o depósito de água, e dispu­nha, de cada lado, de uma bomba de pistão para regular a pressão do ar; uma caixa de ar chamada “segredo”, dividida em vários compartimentos correspondentes a tubos de diferentes em­bocaduras (com efeito, no órgão descrito por Vitrúvio existem dois tipos de tu­bos: com embocadura de bisei e com palheta dupla); o teclado achava-se co­locado na parte posterior do segredo. Por último, sobre o segredo, estavam os tubos, que variavam de comprimento mas não de diâmetro. O órgão hidráuli­co era conhecido em todo o mundo helenístico, onde gozava de grande popu­laridade nas representações teatrais, jogos e cerimônias ao ar livre; foi o instru­mento profano por excelência e nunca chegou a ser plenamente associado ao culto religioso.
Embora, nos últimos anos da Repúbli­ca, os romanos já conhecessem o hydraulis, parece que quem o introduziu em Roma foi o imperador Nero, que o descobriu durante a sua viagem à Gré­cia, aprendeu a tocá-lo e realizou até alguns aperfeiçoamentos no seu meca­nismo. Em pouco tempo, o hydraulis converteu-se no instrumento preferido dos romanos, que o difundiram por to­dos os territórios do império.
Em 1931, encontraram-se nas escavações de Aquincum (Hungria), pedaços de um órgão junto a uma dedicató­ria, que permite situar a sua fabricação no ano de 228. Este instrumento, recons­truído em 1969, é particularmente interessante por se tratar de um órgão pneumático.
O hydraulis não podia ser um instru­mento doméstico, por vários motivos: devido ao depósito de água, as suas dimensões eram sempre consideráveis, pesava muito e era dificilmente deslocá­vel; além disso, a sua sonoridade era demasiado potente para ambientes res­tritos e, por último, o seu complicado mecanismo de alta precisão requeria constantemente os cuidados de um téc­nico especializado. A substituição do mecanismo hidráulico por um fole, que podia ser acionado pelo próprio exe­cutante ou por outra pessoa, permitiu a construção de instrumentos menores, próprios para serem tocados em casa. Com o tempo, o novo sistema substi­tuiu o antigo e construíram-se órgãos pneumáticos cada vez maiores que chegaram a substituir o hydraulis em todas as suas funções; no entanto, o nome de hydraulis sobreviveu durante algum tempo aplicado ao novo instrumento.
Com a queda do Império Romano do Ocidente, o órgão desapareceu da Eu­ropa, mas a sua carreira continuou no Império do Oriente, onde chegou a converter-se no instrumento oficial da corte. Os bizantinos difundiram-no nos países árabes e, no ano de 757, de novo na Europa. Com efeito, nesse ano, com a finalidade de conquistar o apoio do rei dos francos, Pepino o Breve, o imperador Constantino V enviou-lhe uma embaixada com ricos presentes, entre os quais figurava um órgão que causou grande sensação na corte de França. Em 826, o terceiro filho de Carlos Magno, Luís o Piedoso, enco­mendou a um monge italiano, Giorgio de Veneza, a construção de um órgão para o seu palácio de Aix-la-Chapelle. Foi o primeiro órgão construído no Oci­dente, após quatro ou cinco séculos.
Nos primeiros séculos da sua exis­tência, a igreja cristã viu-se perante o dilema de aceitar ou não a música du­rante as cerimônias religiosas. Nos seus escritos, os doutores da Igreja mostra­ram-se fortemente contra o uso de instrumentos musicais, considerando-os impróprios para o culto. Só o canto era tolerado como forma de oração, que elevava a alma a Deus. Contudo, embo­ra não fosse aceito na Igreja, o órgão gozava da admiração dos seus repre­sentantes; Orígenes (séculos II-III) com­parou a Igreja com um órgão e S. Gre­gório (540-604) considerou-o o símbolo da Sancta Prædicatio.
Não dispomos de documentos que atestem a introdução do órgão na Igreja, mas pode supor-se que, depois de concluída a encomenda do rei de França, Giorgio de Veneza não resistisse à tentação de construir também um instrumento para o convento onde residia.
Além disso, é muito provável que tenha transmitido os seus conhecimentos a outros frades. Com efeito, nos séculos seguintes, os construtores de órgãos fo­ram, na sua maioria, religiosos.
Quando se verificou que o som do órgão não só sustentava ou substituía muito bem as vozes como dava uma certa solenidade às cerimônias religio­sas, o instrumento começou a ser aceito e difundido. No início do século X apare­ceram os primeiros tratados sobre a construção de órgãos e, cerca de 950, construiu-se, na Igreja de S. Pedro, de Winchester (Inglaterra), um órgão mo­numental com 400 tubos e 26 foles, que para ser tocado necessitava de dois or­ganistas.
Este grandioso instrumento constituiu uma exceção; todos os que conhecemos da mesma época são de dimen­sões muito mais reduzidas.
Nos séculos seguintes, a difusão do órgão na Igreja avançou sem interrupção, até que o Concílio de Milão (1287) autorizou oficialmente a sua utilização no culto religioso.
O órgão foi também muito apreciado como instrumento doméstico. Existiam vários tipos: os mais vulgares eram o portátil, o positivo e o realejo. O órgão portátil era formado por tubos curtos de bisei, com um teclado e um pequeno fole que o executante acionava com a mão esquerda.
Tocava-se apoiando-o sobre os joe­lhos ou pendurado no pescoço por meio de uma correia.
Uma variante maior e mais pesada do órgão portátil foi o positivo (do latim po­sare), que se colocava no chão ou sobre uma mesa; quanto ao realejo, era uma versão do positivo com tubos de palheta.
Estes instrumentos, a que podería­mos chamar de salão, foram usados até ao aparecimento do clavicórdio e do cravo.
A estrutura original do órgão evoluiu grandemente durante os séculos XIII, XIV e XV. Abandonou-se a seção igual, introduziu-se a pedaleira, redescobriu­-se o registro, multiplicaram-se os tecla­dos manuais e, por último, inventou-se e desenvolveu-se a caixa do órgão. O aumento da extensão, tanto nos graves como nos agudos, tornou necessário o abandono da seção igual dos tubos que, até então, haviam tido o mesmo diâmetro, variando apenas no compri­mento. Se a extensão se reduzisse a duas ou três oitavas, o instrumento funcionava perfeitamente, mas, ultra­passado esse número, os graves mos­travam-se muito estreitos e os agudos muito largos. Esta observação determi­nou a alteração do diâmetro dos tubos, graças ao que se conseguiu variar a sonoridade um pouco estática do órgão primitivo. A invenção da pedaleira costuma atribuir-se a um tal Bernardo­ o Alemão, em 1470; no entanto, há provas de que os pedais foram introdu­zidos antes. Na evolução da pedaleira podem distinguir-se três fases:
1. Juntaram-se ao órgão uns tubos para as notas baixas chamados bor­dões, que se acionavam por meio de umas válvulas situadas à esquerda do teclado. A princípio, estas válvulas fica­vam ao nível da mão. Mais tarde, para facilitar o trabalho do organista, foram deslocadas do lugar e transformaram­-se em pedais rudimentares.
2. Numa segunda fase, foram aco­plados aos baixos do teclado manual pedais que, na verdade, eram teclas e a que se deu o nome de separatio.
3. Por último, no século XIV, apareceu a pedaleira independente do teclado manual, com teclas e jogos de tubos próprios.
No século XV duplicaram-se os tecla­dos; este acontecimento derivou da jun­ção de dois órgãos independentes. Na realidade, durante a Idade Média, utilizavam-se dois órgãos nas igrejas: o grande órgão, que ocupava toda a nave e era fixo, e outro, o positivo, móvel, que acompanhava o canto coral e a que se chamava positivo de coro. O orga­nista tinha de se deslocar para tocar os dois instrumentos, o que era muito incô­modo. A fim de evitar este inconvenien­te, colocou-se o positivo atrás do orga­nista e o respectivo teclado foi posto debaixo do teclado do grande órgão, na parte do instrumento denominada con­sola. Assim, o organista podia tocar num ou noutro teclado ou em ambos ao mesmo tempo. Mais tarde juntou-se um terceiro teclado, chamado em alemão Brustwerk (em francês récit, em italiano recitativo, em português positivo de pei­to), para os registros a solo.
Já vimos que o antigo órgão hidráuli­co possuía registros, ou seja, jogos de tubos de diferentes timbres que podiam ser usados separadamente ou ao mes­mo tempo que os restantes. Em con­traste, o primitivo órgão medieval havia perdido os registros e todos os seus tubos funcionavam ao mesmo tempo, pelo que foi designado por organum ple­num. Mas, como esta sonoridade “cheia” era muito monótona, no final da Idade Média sentiu-se a necessidade de tornar a utilizar alguns jogos de tubos separadamente. Desta vez, a registração deu origem a uma nova evolução do instrumento. Procuraram-se novos tim­bres e construíram-se tubos diferentes dos já existentes, que se agruparam em jogos com o nome do instrumento de sopro, cuja voz imitavam: flauta, cometo, cromórnio, bombarda, etc. Por fim, nos séculos XVIII e XIX, juntaram-se os jogos que imitam os instrumentos de arco.
A última inovação introduzida na bai­xa Idade Média foi a caixa do órgão. Os instrumentos antigos e os da Idade Mé­dia não tinham uma caixa fechada. No século XI, cobria-se o instrumento com uma espécie de capa de tecido e ma­deira para o preservar do pó. A caixa de madeira começou a construir-se no sé­culo XIV, a fim de proteger os tubos. A parte dianteira ou fachada abria e fechava por meio de portas, que eram decoradas com pinturas, talhas e doura­dos, pelo que o órgão adquiriu uma im­portância arquitetônica no conjunto da igreja.

A reforma protestante

Um acontecimento de relevo — a refor­ma protestante — veio ameaçar a existência do órgão em alguns países euro­peus, precisamente no momento em que alcançara a sua maior difusão.
Lutero gostava de música e não se opunha ao canto na igreja nem ao órgão. Mas o mesmo não se pode dizer de outros reformadores: Calvino só aceitou o canto dos salmos, sem acom­panhamento, e Zwinglio, embora tocas­se vários instrumentos, considerava a pregação muito mais importante, pelo que proibiu não só a música como o próprio canto na igreja. Anos mais tarde, as autoridades protestantes embrenharam-se numa verdadeira ba­talha a favor e contra o órgão. Mas as comunidades de fiéis, que sentiam a nostalgia da música no serviço divino, começaram a ignorar as ordens das hierarquias religiosas. Graças a isso, o órgão voltou a ocupar, triunfalmente, o seu lugar na igreja. Chegou-se, assim, à época barroca, que pode ser conside­rada a idade do ouro da música de ór­gão. O instrumento foi enriquecido com novos registros e conseguiu-se um equilíbrio perfeito entre teclados, peda­leira e insuflação de ar por meio de fo­les aperfeiçoados. É o órgão dos gran­des instrumentistas barrocos, desde Frescobaldi e Scarlatti a Pachelbel, Couperin, Händel e Bach.
O Renascimento tinha aberto outro capítulo importante na história do órgão: o aparecimento das escolas nacionais. Durante a Idade Média, os órgãos que se construíram eram idênticos em toda a Europa, mas, no século XVI, a sua forma começou a variar de país para país. A Itália, a Península Ibérica e a Inglaterra, geograficamente isoladas, desenvolveram um estilo próprio e diferenciado; em contrapartida, os países do Centro da Europa influenciaram-se mutuamente.

Características do órgão ibérico

Inicialmente, o órgão ibérico era semelhante ao italiano devido ao seu teclado único e à sua concepção do jogo de pedais. Porém, a partir do século XVI, os teclados multiplicaram-se e nos órgãos muito grandes a pedaleira alcançou es­poradicamente uma maior extensão (ór­gão de El Escorial). Tal como todos os outros, o órgão ibérico era constituído fundamentalmente pelo grande órgão ou órgão principal e o positivo ou órgão de cadeira (por estar apoiado no assento do organista); a pedaleira compreendia, em regra, oito a doze notas e dois a seis jogos de tubos. Além dos registros prin­cipais chamados “flautados”, o órgão ibérico possuía muitos jogos de “solo” labiais (címbalo, nasardo, décima-segun­da, décima-quinta, flautas de diferentes dimensões, etc.) e de palheta (clarins, etc.). Mas as características mais originais do órgão ibérico foram a sua colo­cação e a posição horizontal de alguns jogos de tubos.
Nas grandes catedrais, o órgão, ou melhor os órgãos, eram colocados de ambos os lados do coro, que se situava no centro da nave principal, ou junto ao cadeiral, do lado do ocidente. Estes ór­gãos têm em Espanha duas fachadas, uma virada para o coro e outra para a nave lateral. Os jogos de trombeta es­tão colocados horizontalmente e em le­que, fora da caixa, e representam os registros mais potentes perante a relati­va pobreza do “cheio”, que acompa­nhava sobretudo o canto.

O órgão romântico

Devido às novas exigências da música, o órgão sofreu profundas alterações no século XIX. A austera espiritualidade e a grandiosidade da música de órgão dos séculos passados já não interessava; era necessário conseguir uma maior ex­pressividade e dotar o instrumento de uma linguagem sinfônica. Um dos pro­blemas que se punham era como ampli­ficar ou diminuir o som. Para o efeito, utilizaram-se dois dispositivos, um já antigo e outro mais recente: a caixa expressiva e o pedal de “crescendo”. A primeira, consiste em encerrar a parte do órgão denominada “positivo de pei­to” (Brustwerk) numa caixa provida de portas que podem abrir-se ou levantar­-se por meio de um pedal basculante. A segunda é um dispositivo acionado tam­bém com o pé, que permite juntar novos jogos segundo uma certa ordem e pas­sar muito rapidamente do pianíssimo ao fortíssimo.
Mas a transformação mais importante operou-se na própria composição do ór­gão, com a introdução de novos jogos e a supressão de alguns já existentes e, por último, no agrupamento dos tecla­dos.
A consola foi separada do corpo do instrumento, tornando-se independente e móvel, e o mecanismo de insuflação e transmissão do ar foi renovado com re­sultados positivos na potência e expres­sividade do instrumento. O aspecto ex­terior do órgão também se modificou, pois deixou de ter que ver com a sua disposição interior e foi confiado à fantasia do arquiteto.
Com a redescoberta e revalorização da música renascentista e barroca operada no nosso século, viu-se que o ór­gão romântico do século XIX não se adequava àquele tipo de música.
Perante isso, iniciou-se no ambiente musical organístico europeu uma campanha em prol do órgão antigo, que levou a uma nova transformação do instrumento. Conseguiu-se uma síntese harmoniosa do órgão antigo e do órgão romântico, da qual resultou um instru­mento muito perfeito do ponto de vista mecânico e adequado a qualquer estilo musical.

Principais elementos do órgão

O conjunto de tubos. Repartem-se por diversos registros e dividem-se em tu­bos de boca e tubos de lingüeta ou palhetaria. Os tubos labiais podem ser cilíndricos ou cônicos e a sua extremi­dade superior pode ser aberta, fechada ou semiaberta. A altura do som de­pende do comprimento do tubo; a in­tensidade, da amplitude da boca, e o timbre, do diâmetro, da forma e do ma­terial utilizado na sua fabricação. Nos tu­bos de lingüeta, esta é o elemento mais importante; a altura e intensidade do som dependem do comprimento da sua parte vibrátil; o tubo, chamado pavilhão, é apenas um corpo de resso­nância e as suas dimensões influem unicamente no timbre. Os materiais utili­zados na construção dos tubos são o cobre, o bronze, a madeira e o zinco. Antigamente, empregavam-se também outros materiais, como metais precio­sos, couro, cartão, cana de bambu e vidro.
Os foles. Denominados por Bach “os pulmões do órgão”, eram inicialmente simples foles de ferreiro. Mais tarde fo­ram modificados para evitar o seu rápi­do desgaste, passando a ser construí­dos de madeira: as pregas eram também umas pequenas tábuas de ma­deira muito finas, unidas por meio de dobradiças. No século XIX inventou-se um grande fole múltiplo, com um depó­sito de ar que assegurava uma pressão constante. Os foles moviam-se à mão — com a ajuda de diversos mecanismos para poupar esforços e pessoal — até ao século passado, quando lhes foram aplicados motores de vários tipos (térmicos, hidráulicos, de gás, etc.). Atualmente, são usados motores elé­tricos.
O segredo. É a parte do órgão onde se inserem os tubos. Recebe ar dos foles e está ligado aos teclados por meio de vários mecanismos.
A consola. É a parte do órgão que contém os teclados, a pedaleira e os restantes comandos do instrumento. Pode ser fixa (nos órgãos mais antigos) ou independente e móvel.
Os teclados. Um órgão pode ter um, dois, três, quatro e até cinco e seis teclados, dispostos de baixo para cima segundo esta ordem: positivo, grande órgão, Brustwerk (português, positivo de peito; italiano, recitativo; francês, récit), Oberwerk (português, realejo ou órgão superior; italiano, manuale delle ancie; francês, clavier de bombarde), e eco.
A pedaleira. Espécie de teclado para os pés, que teve diferentes formas ao longo da sua evolução.
A caixa. É o revestimento de madeira que encerra o órgão e deixa apenas à vista a primeira fila de tubos, chamados “tubos de fachada”. Para a fachada, utilizam-se os tubos da vox principalis, isto é, os mais graves de cada teclado.
Timbre: nos nossos dias, o número de registros aumentou significativamente, o que permite uma registração variada e rica em sonoridades. Numa composição para órgão, a registração equivale à ins­trumentação de uma peça para orques­tra. Quando não é indicada pelo compo­sitor, deve ser realizada pelo executan­te. Trata-se de uma tarefa difícil e de muita responsabilidade, dela dependen­do a versão que se pretende obter da partitura. Basta modificar um único re­gistro para que o caráter da obra se altere.